Vista aérea da Baia do Sancho — Fernando de Noronha (PE)
Fernando de Noronha (PE)
10 de agosto de 1503
Fernando de Noronha é um arquipélago brasileiro do estado de Pernambuco.
Sua população é de 3.101 habitantes (IBGE/2020).
Pertence à Mesorregião Metropolitana do Recife e à Microrregião de Fernando de Noronha.
Formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica, ocupa uma área total de 26 km² — dos quais 17 km² são da ilha principal — e se situa no Oceano Atlântico, distante 360 km a nordeste de Natal, no Rio Grande do Norte, e 545 km a nordeste da capital pernambucana, Recife.[7]
Avistada pela primeira vez entre 1500 e 1502, tem sua descoberta atribuída a uma expedição comandada pelo explorador Fernão de Loronha, embora haja controvérsias; porém é certo que o primeiro a descrevê-la foi Américo Vespúcio, em expedição realizada entre 1503 e 1504.
Morro do Pico — Fernando de Noronha (PE)
Primeira capitania hereditária do Brasil, o arquipélago sofreu constantes invasões de ingleses, franceses e holandeses entre os séculos XVI e XVIII.
Em 24 de setembro de 1700, Fernando de Noronha tornou-se, por carta régia, dependência de Pernambuco, capitania com a qual já tinha uma ligação histórica. Em 1736 a llha foi invadida pela Companhia Francesa das Índias Orientais, passando-se a chamar Isle Dauphine, porém, no ano seguinte, uma expedição enviada pelo Recife expulsou os franceses.[8]
Em 1942, com a Segunda Guerra Mundial, o arquipélago tornou-se território federal, cuja sigla era FN, passando a servir como base avançada de guerra; mas voltou à administração pernambucana quatro décadas e meia depois, no ano de 1988.[9][10][8]
A BR-363 na Vila do Trinta — Fernando de Noronha (PE)
Atualmente Fernando de Noronha constitui um distrito estadual de Pernambuco, e é gerida por um administrador-geral designado pelo governo do estado.[8]
Após uma campanha liderada pelo ambientalista José Truda Palazzo Júnior, em 14 de outubrode 1988 a maior parte do arquipélago foi declarada Parque Nacional, com cerca de 11,270 ha,[11]para a proteção das espécies endêmicas lá existentes e da área de concentração dos golfinhos rotadores (Stenella longirostris), que se reúnem diariamente na Baía dos Golfinhos — o lugar de observação mais regular da espécie em todo o planeta. No ano de 2001 a UNESCO declarou Fernando de Noronha Patrimônio Natural da Humanidade.[12]
Palácio de São Miguel, onde fica a Prefeitura da cidade — Fernando de Noronha (PE)
O centro comercial de Fernando de Noronha é o núcleo urbano de Vila dos Remédios, que não é considerada capital por ser a ilha um distrito estadual.
A administração do Parque Nacional está atualmente a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[11]
História
Descoberta
Ver artigo principal: Fortificações na Ilha de Fernando de Noronha
Muitas controvérsias marcam o descobrimento do arquipélago pelos europeus.
Pelo menos três nomes — São Lourenço, São João e Quaresma — têm sido associados com a ilha na época de sua descoberta.
Com base em registros escritos, a ilha Fernando de Noronha foi descoberta em 10 de agosto de 1503 por uma expedição portuguesa, organizada e financiada por um consórcio comercial privado liderado pelo comerciante de Lisboa, Fernão de Loronha.
Fotografia aérea da ilha principal do arquipélago — Fernando de Noronha (PE)
A expedição estava sob o comando geral do capitão Gonçalo Coelho e levou o aventureiro italiano Américo Vespúcio a bordo, sendo que escreveu um relato sobre ele.[13]
A nau capitânia da expedição atingiu um recife e naufragou perto da ilha e a tripulação e a carga tiveram que ser resgatados.
Sob ordens de Coelho, Vespúcio ancorou na ilha e passou uma semana lá, enquanto o resto da frota de Coelho ficou ao sul.
Em sua carta a Piero Soderini, Vespúcio descreve uma ilha desabitada e relata o seu nome coma “ilha de São Lourenço” (10 de agosto é o dia da festa de São Lourenço, era um costume de explorações portuguesas nomear locais de acordo com o calendário litúrgico).
A transição do nome de “São João” para “Fernando de Noronha” foi, provavelmente, apenas pelo uso natural.
A carta régia datada de 20 de maio de 1559, aos descendentes da família Noronha, ainda se refere à ilha por seu nome oficial, ilha de São João. [26]
No entanto, em outros lugares por exemplo, o diário de bordo de Martim Afonso de Sousa na década de 1530 referia-se ao arquipélago como “ilha de Fernão de Noronha” (“Noronha” era um erro ortográfico comum de “Loronha”). O nome informal eventualmente se tornou o nome oficial.
Morro Dois Irmãos — Fernando de Noronha (PE)
Colonização e era moderna
O comerciante de Lisboa Fernão de Loronha não apenas tornou a ilha uma capitania hereditária, mas também (de 1503 até 1512) um monopólio comercial sobre o comércio no Brasil. Entre 1503 e 1512, os agentes de Loronha configuraram uma série de armazéns (feitorias) ao longo da costa brasileira e envolveram-se no comércio de pau-brasil (uma madeira nativa que servia como corante vermelho e era altamente valorizada pelos costureiros europeus) com os povos indígenas locais. A ilha de Fernando de Noronha era o ponto de coleta central desta rede. O pau-brasil, continuamente colhido pelos índios costeiros e entregues aos vários armazéns litorâneos, era enviado para o armazém central no arquipélago, que era visitado por um navio de transporte maior que levava as cargas coletadas de volta para a Europa. Após o vencimento do alvará comercial de Loronha em 1512, a organização da empresa de pau-brasil foi assumida pela coroa portuguesa, mas Loronha e seus descendentes mantiveram a posse privada da ilha como uma capitania hereditária pelo menos até a década de 1560. Em 24 de setembro de 1700, Fernando de Noronha tornou-se, por carta régia, dependência de Pernambuco, capitania com a qual já tinha uma ligação histórica. Em 1736 a llha foi invadida pela Companhia Francesa das Índias Orientais, passando- se a chamar Isle Dauphine, porém, no ano seguinte, uma expedição enviada pelo Recife expulsou os franceses.[8]
O capitão Henry Foster parou em Fernando de Noronha durante sua expedição de pesquisa científica como comandante do HMS Chantecler, que havia sido estabelecido em 1828. Para fazer o levantamento das costas e correntes oceânicas, Foster usou um pêndulo de Kater para fazer observações sobre a gravidade.[27] Ele usou a ilha como o ponto de junção de sua linha dupla de longitudes que estabeleceram a sua pesquisa. Foi- lhe dada uma assistência considerável pelo Governador do Fernando Noronha, que deixou Foster usar parte de sua própria casa para os experimentos com o pêndulo.[28] A longitude do Rio de Janeiro feita por Foster estava entre aquelas em um lado de uma discrepância significativa, o que significava que os gráficos da América do Sul estavam em dúvida.
Para resolver isso, o Almirantado instruiu o capitão Robert FitzRoy a comandar o HMS Beagleem uma expedição de pesquisa. Uma das suas tarefas essenciais foi uma parada em Fernando Noronha para confirmar sua longitude exata, usando os 22 cronômetros a bordo do navio para dar o tempo preciso de observações.[28] Eles chegaram à ilha no final da noite de 19 de fevereiro de 1832, ancorando à meia-noite. Em 20 de fevereiro, FizRoy desembarcou em um pequeno pedaço de terra para tomar observações, apesar das dificuldades causadas por ondas fortes, e então navegou para a Bahia ainda naquela noite.[29]
Durante o dia, a ilha foi visitada pelo naturalista Charles Darwin, que era um dos passageiros do HMS Beagle. Ele tomou notas para seu livro sobre geologia. Ele escreveu sobre sua admiração com as madeiras:
“Toda a ilha é uma floresta e é tão densamente interligada que exige grande esforço para passar. — O cenário era muito bonito e grandes magnólias, louros e árvores cobertas de flores delicadas deveriam ter me satisfeito. — Mas eu tenho certeza que toda a grandeza dos trópicos ainda não foi vista por mim … — Nós não vimos pássaros vistosos, nem beija-flores. Nem grandes flores.”[30]
Suas experiências em Fernando de Noronha foram registradas em seu diário, mais tarde publicado como The Voyage of the Beagle.[31] Ele também incluiu uma breve descrição da ilha em sua obra Geological Observations on the Volcanic Islands, de 1844, feita com base nas observações da viagem do HMS Beagle.[32]
Antigos canhões usados na defesa do arquipélago, expostos em frente ao Palácio de São Miguel — Fernando de Noronha (PE)
Período contemporâneo
No final do século XVIII, uma prisão foi construída e os primeiros prisioneiros foram enviados para Fernando de Noronha. Em 1897, o governo do estado de Pernambuco tomou posse da prisão.[33] Entre 1938 e 1945, Fernando de Noronha foi uma prisão política. O ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, foi preso lá após ser deposto do cargo de Governador de Pernambuco pelo golpe militar de 1964. Em 1957, a prisão foi fechada e o arquipélago foi visitado pelo presidente Juscelino Kubitschek.[34]
Reportagem da revista O Cruzeiro, de 2 de agosto de 1930, descreve o presídio como fantasma infernal para esses proscritos da sociedade, que viviam completamente alheios ao que se passava no resto do mundo, apesar de o Governo proporcionar aos presos uma vida saudável de trabalho e de conforto. [35]
No início do século XX, os britânicos chegaram a prestar cooperação técnica em telegrafia (The South American Company). Mais tarde, os franceses vieram com o French Cable[36] e os italianos com o Italcable.[37]
Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o arquipélago se tornou um território federal, que incluía o Atol das Rocas e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo. O governo enviou presos comuns e políticos para a prisão local. O Território Federal de Fernando de Noronha foi criado em 9 de fevereiro de 1942, pelo decreto-lei federal, de nº 4102, desmembrado do estado de Pernambuco. A entidade administrativa durou 46 anos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, um aeroporto foi construído em setembro de 1942 pelas Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos para a rota aérea Natal–Dakar. É então fornecida uma ligação transoceânica entre o Brasil e a África Ocidental Francesa para carga, trânsito das aeronaves e pessoal durante a campanha dos Aliados na África. O Brasil transferiu o aeroporto para a jurisdição da Marinha dos Estados Unidos em 5 de setembro de 1944.[38] Após o fim da guerra, a administração do aeroporto foi transferido de volta para o governo brasileiro. O Aeroporto de Fernando de Noronha é servido por voos diários de Recife e Natal, na costa brasileira.
Em 1988 o governo brasileiro designou cerca de 70% do arquipélago como um parque nacional marítimo, com o objetivo de preservar o meio ambiente terrestre e marítimo. Em 5 de outubro de 1988 o Território Federal foi dissolvido e Fernando de Noronha reintegrado ao estado de Pernambuco.
Hoje a economia de Fernando de Noronha depende do turismo, restrito pelas limitações do seu ecossistema delicado. Além do interesse histórico mencionado anteriormente, o arquipélago tem sido alvo da atenção de vários cientistas dedicados ao estudo de sua flora, fauna, geologia, etc. O local também é considerado uma “entidade” separada pela Century DX club e, por isso, é visitado com bastante frequência por operadores de rádio amador.
Em 2001, a UNESCO declarou o arquipélago de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas como um Patrimônio Mundial. A organização citou os seguintes motivos para isso: a) a importância da ilha como área de alimentação para várias espécies, incluindo atum, peixe agulha, cetáceos, tubarões e tartarugas marinhas; b) uma elevada população de golfinhos residentes e c) proteção para espécies ameaçadas de extinção, como a tartaruga-de-pente e diversas aves.[39]
Em 2009, o voo Air France 447 desapareceu ao largo da costa nordeste do Brasil. Presumiu-se que a aeronave caiu no Oceano Atlântico, próxima a de Fernando de Noronha. Operações de salvamento e resgate foram lançadas a partir da ilha.
Vista panorâmica da Baía dos Porcos — Fernando de Noronha (PE)
Geologia
As ilhas deste arquipélago são as partes visíveis de uma cadeia de montanhas submersas. Fernando de Noronha é composto por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica, e possui uma área total de 26 km².[7] A ilha principal compreende 91% da área total do arquipélago, com uma área de 17 km2, sendo 10 km de comprimento e 3,5 km de largura no seu ponto máximo. A base dessa enorme formação vulcânica está cerca de 4 000 metros abaixo do nível do mar. O planalto central da ilha principal é chamado de “Quixaba”. As ilhas da Rata, Sela Gineta, Cabeluda e São José, juntamente com as ilhotas do Leão e Viúva compõem praticamente todo o restante do arquipélago.[41]
Flora e fauna
O Programa das Nações Unidas para o Ambiente lista 15 possíveis espécies de plantas endêmicas do arquipélago, incluindo espécies dos gêneros Capparis noronhae (duas espécies), Ceratosanthes noronhae (três espécies), Cayaponia noronhae (duas espécies), Moriordica noronhae, Cereus noronhae, Palicourea noronhae, Guettarda noronhae, Bumelia noronhae, Physalis noronhae e Ficus noronhae.[42]
As ilhas têm duas aves endêmicas – a cocoruta (Elaenia ridleyana) e o Noronha Vireo (Vireo gracilirostris). Ambas estão presentes na ilha principal; Noronha Vireo também está presente na Ilha Rata. Além disso, há uma corrida endêmica do avoante Zenaida auriculata noronha. Um roedor sigmodontine endêmico, Noronhomys vespuccii, citado por Américo Vespúcio, está extinto.[43] As ilhas têm dois répteis endêmicos, Amphisbaena ridleyi e Trachylepis atlantica.[44]
O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha é uma unidade de conservação de proteção integral administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade(ICMBio). Criado em 1988, ocupa a maior parte do arquipélago e possui uma variedade de faunae flora únicas. Ótimo local para turismo, porém, devido à fiscalização do ICMBio, algumas das ilhas têm a visitação controlada. Boldró é onde está localizado o centro de convenções do Projeto TAMAR/ICMBio. Seu nome foi dado por militares americanos e é originário da expressão em inglês Bold Rock, que significa Pedra Saliente em português.
Nuvens carregadas cobrindo o céu de Fernando de Noronha. Os meses mais chuvosos na ilha são março, abril e maio
Clima
O clima da ilha é o tropical (do tipo As’ na classificação climática de Köppen-Geiger, quente o ano todo, com temperatura média anual de 26 °C e chuvas concentradas entre fevereiro e julho, sendo abril o mês mais chuvoso (290 mm). A amplitude térmica é muito pequena, característica da região da Linha do Equador. Ao longo do ano a temperatura da água do mar varia entre 26 °C e 28 °C. Com mais de 2 900 horas de sol por ano, a umidade do ar é relativamente elevada, com médias mensais entre 70% e 90%.[45][40][46]
Problemas ecológicos
Embora protegida pela designação de parque nacional, muito do seu ecossistema terrestre está destruído. A maior parte de vegetação original foi cortada na época em que a ilha funcionava como presídio, para tornar mais difícil que prisioneiros fugissem e se escondessem.
Existe também o problema das espécies invasivas, especialmente a linhaça, originalmente introduzida com a intenção de alimentar gado, sendo que, atualmente, a sua disseminação pelo território está fora de controle, ameaçando o que resta da vegetação original. Sem a cobertura das plantas, a ilha não retém água suficiente durante a estação seca, e a vegetação adquire um tom marrom, secando como consequência.
Baia do Sancho — Fernando de Noronha (PE)
Observa-se também a incoerência da permissão de criação de ovelhas na ilha, ao mesmo tempo em que se pede aos visitantes que preservem a Mata Atlântica insular, em recuperação.
Outra espécie invasiva é o lagarto localmente conhecido como teiú, originalmente introduzido para tentar controlar uma infestação de ratos. A ideia não funcionou, uma vez que os ratos são noturnos e o teiú diurno. Atualmente o lagarto passou a ser considerado praga em vez dos
Economia
O arquipélago de Fernando de Noronha possuía em 2013 um Produto Interno Bruto (PIB) de R$75 674 000 e um PIB per capita de R$ 26 673,95.[6] O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do distrito estadual foi calculado em 0,788 (PNUD/2010).[5] No arquipélago existem duas agências bancárias, uma do Banco Santander e outra do Banco Bradesco além de um Banco Postal (Banco do Brasil) na agência dos Correios na Vila dos Remédios.
Vista panorâmica da Praia da Conceição — Fernando de Noronha (PE)
Turismo
As praias de Fernando de Noronha são promovidas para o turismo e o mergulho recreativo. Devido à Corrente Sul Equatorial, que empurra a água quente da África para a ilha, o mergulho a profundidades de 30 a 40 metros não exige uma roupa de mergulho. A visibilidade debaixo d’água pode chegar a até 50 metros.
Próximo à ilha existe a possibilidade de se fazer um mergulho avançado e visitar a Corveta Ipiranga, que repousa a 62 metros de profundidade, depois de ser afundada naquele ponto intencionalmente, após um acidente de navegação.
A ilha conta com três operadoras de mergulho, oferecendo diferentes níveis de qualidade de serviço. Além disso, o arquipélago conta com interessantes pontos de mergulho livre, como a piscina natural do Atalaia, o naufrágio do Porto de Santo Antônio, a laje do Boldró, dentre outros. O arquipélago possui diversificada vida marinha, sendo comum observar diversas espécies de peixes recifais, tartarugas e eventualmente tubarões e golfinhos.
Golfinhos na Baía dos Golfinhos — Fernando de Noronha (PE)
Pontos turísticos
- Forte de Nossa Senhora dos Remédios
- Fortim da Praia da Atalaia
- Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
- Morro Dois Irmãos
- Palácio de São Miguel
- Reduto de Nossa Senhora da Conceição
- Reduto de Santa Cruz do Morro do Pico
- Reduto de Santana
- Reduto de Santo Antônio
- Reduto de São João Batista
- Reduto de São Joaquim
- Reduto de São José do Morro
- Reduto de São Pedro da Praia do Boldró
- Reduto do Bom Jesus
Cacimba do Padre — Fernando de Noronha (PE)
Esportes
Fernando de Noronha é, reconhecidamente, um dos melhores lugares do Brasil para a prática do surfe, e suas ondas tubulares e cristalinas atraem surfistas para praias como a Cacimba do Padre, Boldró, Cachorro, entre outras. Além disso, em Fernando de Noronha há a prática de esportes, entre eles o futebol, voleibol, futebol de salão e futebol de areia. Possui competições das quatro categorias, chamada “Copa Noronha”, sendo a Copa Noronha de Futebol, Copa Noronha de Voleibol, Copa Noronha de Futsal e Copa Noronha de Futebol de Areia, respectivamente. Há também a Copa Noronha de Futebol Masters, para jogadores com idade acima de 30 anos. Todas as competições são organizadas pelo Conselho de Esportes de Fernando de Noronha, setor esportivo do governo distrital.
O futebol é praticado em Fernando de Noronha desde os tempos do Presídio Comum (que durou pouco mais de duzentos anos), ainda que fosse mais exercitado pelos militares da Força Policial de Pernambuco – responsável pelo comando – do que pelos presidiários propriamente ditos.[48]
Na década de 1920, a chegada de estrangeiros – italianos e franceses – para cooperação técnica, incrementou o uso dos esportes – principalmente o futebol e o voleibol – como oportunidade de confraternização entre esses e a população, na sua maioria carcerária. Ainda assim, pouquíssimos presos tinham oportunidade de jogar.[48]
A prática foi estimulada entre 1938 e 1942, quando implantou-se o Presídio Político da União, perdendo Pernambuco, “a título precário”, seu poder sobre a ilha. Os comunistas, integrallistas e aliancistas presos fizeram tudo o que foi possível para passar o tempo, desde ministrar cursos de alfabetização ao ensino de línguas estrangeiras, além de jogos diversos, como Voleibol, Basquete e o Futebol.[48]
A chegada dos militares a partir de 1942, tanto para implantar o Território Federal, como para acolher um Destacamento Misto da II Guerra Mundial, deu ao futebol um lugar de destaque, construindo-se precários campos para a prática esportiva e, na década de 70, aprimorando-se esses campos, que existem até hoje. O principal deles é o Estádio Distrital Salviano José de Souza Neto, conhecido como Pianão, antes chamado apenas de Estádio Distrital de Fernando de Noronha, conhecido como Noronhão, tendo a denominação atual em homenagem a esse que foi o mais famoso jogador de futebol noronhense, conhecido como Piano, falecido em um acidente automobilístico no início da década de 2000 com pouco mais de 30 anos de idade. Nesse campo acontecem os “Campeonatos Noronhenses”, com times diversos que representam tanto setores do poder público como do setor privado (pousadas, restaurantes, empresas de mergulho, etc). Foram também os militares que construíram uma quadra de esportes na Vila dos Remédios, modificando o espaço urbano colonial que havia, quadra essa usada para vários fins, onde diversos esportes são praticados.
Atualmente, a realidade do esporte é diversificada, tanto com competições que promovem esportes tradicionais, como o desenvolvimento de novas modalidades, como capoeira, futebol feminino, corridas de bicicleta, hidroginástica com idosos, entre outros, sempre estimulando o espírito de congraçamento, de lazer em horas ociosas e estímulo à saúde.[48]


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