Quilombo é um filme de co-produção brasileira e francesa de 1984, dirigido por Cacá Diegues.
Com Zezé Motta, Grande Otelo, Antônio Pitanga, Tony Tornado, Vera Fischer e grande elenco.
O roteiro foi baseado nos livros Ganga Zumba, de João Felício dos Santos e mostra a resistência do povo negro à escravidão.
SINOPSE
Num engenho de Pernambuco, por volta de 1650, um grupo de escravos se rebela e ruma ao Quilombo dos Palmares, onde existe uma nação de ex-escravos fugidos que resiste ao cerco colonial, entre eles Ganga Zumba, um príncipe africano. Tempos, seu herdeiro e afilhado,Zumbi, contesta as ideias conciliatórias de Ganga Zumba e enfrenta o maior exército jamais visto na história colonial brasileira.
INFORMAÇÕES
Titulo Original: Quilombo
Lançamento: 1984
Gênero: Drama , Biografia, Guerra
Elenco: Antônio Pompeo, Tony Tornado, Zezé Motta, Vera Fisher, Antônio Pitanga
País: Brasil / França
Duração: 119 min
Idioma: original em português
Principais prêmios e indicações
XXIV Festival de Cinema de Cartagena 1984 (Colômbia)
Recebeu prêmio.
Festival de Cannes 1984 (França)
Indicado à Palma de Ouro.
Festival de Miami 1984 (EUA)
Recebeu prêmio.
Elenco • Direção
- Zezé Motta
…. Dandara
- João Nogueira…. Rufino
- Grande Otelo…. Baba
- Antônio Pitanga…. Acaiuba
- Antônio Pompêo…. Zumbi
- Jofre Soares…. Caninde
- Tony Tornado…. Ganga Zumba
- Camila Pitanga
- Jonas Bloch
- Chico Diaz
- Maurício do Valle…. Domingos Jorge Velho
- Daniel Filho…. Carrilho
- Vera Fischer…. Ana de Ferro
- Léa Garcia
- Milton Gonçalves
- Zózimo Bulbul
- Arduíno Colassanti
História
O Quilombo dos Palmares foi um quilombo da era colonial brasileira.
Localizava-se na Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado brasileiro de Alagoas.
Conheceu o seu auge na segunda metade do século XVII, constituindo-se no mais emblemático dos quilombos formados no período colonial.
Resistiu por mais de um século, o seu mito transformando-se em moderno símbolo da resistência do africano à escravatura.
Antecedentes
As primeiras referências a um quilombo na região remontam a 1580, formado por escravos fugitivos de engenhos das Capitanias de Pernambuco e da Bahia.
O apogeu
À época das invasões holandesas do Brasil (1624-1625 e 1630-1654), com a perturbação causada nas rotinas dos engenhos de açúcar, registrou-se um crescimento da população em Palmares, que passou a formar diversos núcleos de povoamento (mocambos). Os principais foram:
- Macaco – o maior, centro político do quilombo, contando com cerca de 1.500 habitações;
- Subupira – centralizava as atividades militares, contando com cerca de 800 habitações;
- Zumbi– o líder do seu povo.
- Tabocas
Embora não se possa precisar o número de habitantes nos Palmares, de vez que a população flutuava ao sabor das conjunturas, historiadores estimam que, em 1670, alcançou cerca de vinte mil pessoas.
Essa população sobrevivia graças à caça, à pesca, à coleta de frutas (manga, jaca, abacate e outras) e à agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-açúcar). Complementarmente, praticava o artesanato: (cestas, tecidos, cerâmica, metalurgia). Os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal forma que colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por munição com os quilombolas.
Pouco se sabe, também, acerca da organização política do quilombo.
Alguns supõem que se constituiu ali um verdadeiro Estado, nos moldes dos reinos africanos, sendo os diversos mocambos governados por oligarcas sob a chefia suprema de um líder.
Outros apontam para a possibilidade de uma descentralização do poder entre os diferentes grupos, pertencentes às diversas etnias que formavam os núcleos de quilombos, que delegavam esse poder a lideranças militares conforme o seu prestígio. As mais famosas lideranças foram Ganga Zumba e seu sobrinho, Zumbi.
Apesar disso, alguma forma de trabalho compulsório também foi praticada dentro do quilombo.
A repressão
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste do Brasil, acentuou-se a carência de mão-de-obra para a retomada de produção dos engenhos de açúcar da região.
Dado o elevado preço dos escravos africanos, os ataques a Palmares aumentaram, visando a recaptura de seus integrantes.
A prosperidade de Palmares, por outro lado, atraía atenção e receio, e o governo colonial sentiu-se obrigado a tomar providências para afirmar o seu poder sobre a região.
Em carta à Coroa Portuguesa, um Governador-geral reportou que os quilombos eram mais difíceis de vencer do que os holandeses (neerlandeses).
Foram necessárias, entretanto, cerca de dezoito expedições, organizadas desde o período de dominação holandesa, para erradicar definitivamente o Quilombo dos Palmares.
No último quartel do século XVII, Fernão Carrilho ofereceu a Ganga Zumba, um líder que implementou táticas de guerrilha na defesa do território, um tratado de paz (1677).
Por seus termos, era oferecida a liberdade aos nascidos no quilombo, assim como terras inférteis na região de Cocaú.
Grande parte dos quilombolas rejeitou os termos desse acordo, nitidamente desfavoráveis e, na disputa então surgida, Ganga Zumba foi envenenado, subindo ao poder o seu irmão, Ganga Zona, aliado dos portugueses.
O acordo foi, desse modo, rompido, tendo os dissidentes se restabelecido em Palmares, sob a liderança de Zumbi.
No primeiro momento, Zumbi substituiu a estratégia de defesa passiva por um tipo de estratégia de guerrilha, com a prática de ataques de surpresa a engenhos, libertando escravos e apoderando-se de armas, munições e suprimentos, empregando-os em novos ataques.
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