Juízo de valor
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Um juízo de valor é um juízo sobre a correção ou incorreção de algo, ou da utilidade de algo, baseado num ponto de vista pessoal.
Como generalização, um juízo de valor pode referir-se a um julgamento baseado num conjunto particular de VALORES, ou num SISTEMA de VALORES determinado.
Um significado conexo de juízo de valor é o de um recurso de avaliação baseado nas informações limitadas disponíveis, uma avaliação efetuada porque uma decisão deve ser tomada independentemente de estar em função da utilidade, da estética, da moral, ou de qualquer outro critério valorativo.
Explanação
A expressão juízo de valor pode ser usada num sentido positivo;
significando que um julgamento deve ser feito levando em conta um sistema de valores, ou, num sentido depreciativo, significando um julgamento feito de um ponto de vista pessoal, em vez de um pensamento racional, objetivo.
Neste sentido positivo, a recomendação ao se fazer um juízo de valor, é que se considere cuidadosamente para evitar arbitrariedades e impetuosidade, e buscar consonância com as convicções mais profundas que se tenha.
Em seu sentido depreciativo, a expressão juízo de valor implica uma conclusão que é isolada, parcial e não-objetiva — contrastando com julgamentos baseados em deliberação, equilíbrio e racionalidade.
Juízo de valor também pode referir-se a uma tentativa de julgamento baseada numa avaliação estudada das informações disponíveis, tomadas como sendo incompletas e em evolução; por exemplo, um juízo de valor sobre lançar ou não um ataque militar ou como proceder numa emergência médica. Neste caso, a qualidade do julgamento sofre porque a informação disponível é incompleta como resultado da urgência, em vez de ser resultante de limitações culturais ou pessoais.
Mais comumente, a expressão juízo de valor refere-se a uma opinião individual. De fato, a opinião de um indivíduo é formada até certo ponto por seu sistema de crenças e a cultura a qual ele pertença. Assim, uma extensão natural da expressão juízo de valor é incluir declarações que parecem ser de mão única em um determinado sistema de valores, mas que podem ser vistas de forma diferente em outro.
Conceitualmente, esta extensão da definição relaciona-se tanto ao axioma antropológico de “relativismo cultural” (isto é, que o sentido cultural deriva do contexto) quanto a expressão “relativismo moral” (isto é, que as proposições de moral e ética não são verdades universais, mas brotam do contexto cultural).
No sentido pejorativo, um juízo de valor formado dentro de um sistema de valores específico pode ser paroquial e estar sujeito a questionamentos junto a audiências mais amplas.
Julgamento pessoal
Julgamento pessoal é uma expressão descrevendo um curto momento em que uma decisão é tomada, entre alternativas que não são favoráveis,
e que assim, deve ser tomada numa base pessoal.
Valor neutro
Valor neutro é um adjetivo conexo que sugere independência de um sistema de valores.
Por exemplo, a classificação de um objeto depende do contexto: ele é uma ferramenta ou uma arma, um artefato ou um antecedente?
O objeto em si pode ser considerado de valor neutro, não sendo nem bom nem mau, nem útil nem inútil, nem significativo nem trivial, até que seja colocado em algum contexto social.
Para uma discussão sobre o valor neutro da tecnologia, ver Martin e Schinzinger.
Estranhamente, um item também pode ter um valor que é neutro na medida em que sua utilidade ou importância são evidentes, independentemente do contexto social; por exemplo, oxigênio.
Juízos de valor e seus contextos
Alguns argumentam que a objetividade verdadeira é impossível, e que mesmo as mais rigorosas análises racionais fundamentam-se no conjunto dos valores aceitos no curso da análise. Consequentemente, todas as conclusões são necessariamente juízos de valor (e logo, talvez suspeitas).
De fato, por todas as conclusões numa única categoria nada faz para distinguir entre elas e é, portanto, um descritor inútil exceto como um dispositivo retórico pensado para desacreditar uma posição através dum apelo a autoridade (leia à respeito abaixo, em argumentum ad verecundiam).
Como exemplo de um ponto de vista mais sutil, “verdades” científicas são consideradas objetivas, mas são mantidas empiricamente, com a compreensão de que evidências mais cuidadosas e/ou experiências mais amplas possam mudar os fatos. Além disso, uma opinião científica (no sentido de uma conclusão baseada num sistema de valores) é um juízo de valor baseado em avaliação rigorosa e amplo consenso.
Com este exemplo em mente, caracterizar uma opinião como um juízo de valor é vago sem a descrição do contexto que a cerca.
Todavia, como notado no primeiro segmento deste artigo, no uso comum a expressão juízo de valor possui um significado muito mais simples, com o contexto simplesmente implicado, não especificado.
Valor (ética)
O valor cultural, por sua vez, é objeto de estudo da filosofia, da psicologia e da sociologia. Do ponto de vista filosófico, sociológico e psicológico, o valor cultural recebeu as mais variadas definições e promoveu inúmeras discussões paralelas (tal como a da neutralidade dos valores na pesquisa científica, a relação valores e gosto, etc.). Na filosofia, os filósofos que se dedicam ao estudo da ética ou da axiologia vão ser aqueles que irão contribuir mais intensamente com a discussão sobre o conceito e características dos valores, produzindo várias concepções, algumas chamadas subjetivistas e outras objetivistas. Na Psicologia, o estudo dos valores vai estar relacionado mais com a questão do comportamento e das atitudes dos indivíduos. Na sociologia, os valores vão ser abordados com produto das relações sociais e relacionados com “normas”, “representações”, etc.
Para o antropólogo Clide Kluckhon, valor é “uma concepção do desejável explícita e implícita, característica de um indivíduo ou grupo, e que influencia a seleção dos modos, meios e fins da ação”.
Para a filósofa Agnes Heller, o valor é um “modo de preferência consciente”.
Para o psicólogo Alpport, “um valor é uma crença em que o homem se baseia para atuar por referência” (apud Viana, 2007).
Para o sociólogo Nildo Viana, “o valor é algo significativo, importante, para um indivíduo ou grupo social”. Este sociólogo distingue entre valores fundamentais (ligados a valoração primária) e valores derivados (valoração derivada) e entre valores dominantes (axiologia) e valores autênticos (axionomia).
Argumentum ad verecundiam
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O argumentum ad verecundiam ou argumentum magister dixit é uma expressão em latim que significa apela à autoridade ou argumento de autoridade, é uma falácia lógica que apela para a palavra de alguma autoridade a fim de validar o argumento. Este raciocínio é absurdo, pois a conclusão baseia-se exclusivamente na credibilidade do autor da proposição e não nas razões que ele tenha apresentado para sustentá-la.
Estrutura lógica
- A afirma a proposição B.
- Há algo de positivo em relação a A.
- Portanto, a proposição B é verdadeira.
Exemplos
- O grande psicanalista Freud fumava, então o fumo deve ser bom.
- E o argumento não leva em conta que Freud teve câncer devido ao fumo.
- Jesus não faria isto que você faz.
- Sendo Jesus, supostamente, uma figura de exemplo moral, é usado para recriminar as atitudes de uma pessoa pela comparação.
Este argumento também inclui apontar a si mesmo como a autoridade em questão:
- Sou uma pessoa vivida, por isto você não deve questionar os meus conselhos.
- Tenho doutorado e publiquei livros. Como você se atreve a discordar de mim?
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